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A síntese nas telas

por Orlando Senna

        A Terceira Oficina aconteceu três anos depois, de 25 de maio a 5 de junho de 2004, com 14 participantes: Adler Kibe da Paz, Alba Liberato, Élson Rosário, Gabriela Leite, Ivana Monteiro, Jade Prado, Jerônimo Soffer, Johny Guimarães da Silva, Dom Lobo, Lula Oliveira, Márcia Moreira, Patrícia Cornils, Renata Rezende e Yolle Moura. Foi a oficina com maior número de participantes (havia também alguns ouvintes) e com ênfase na síntese audiovisual, na natureza sintética e convergente da linguagem cinematográfica, na arte de resumir, de fundir um século em dez minutos. A questão da síntese cinematográfica pensada e trabalhada na fase da criação da história e do roteiro, na fase do cinema escrito, tinha sido uma carência nas duas primeiras oficinas. Claro que esse aspecto é um componente do jogo e estava presente nas experiências de 2000 e 2001 — mas se apresentára como uma pedreira para a maioria dos participantes. Embora desenvolvessem bem o raciocínio dramático, encontravam dificuldades em traduzir as ideias dramáticas para a síntese sonora e visual que aparece na concretude da tela.
      Esse foi o foco: as poucas palavras das idéias germinais e das storylines, a capacidade de resumir um romance de mil páginas em meia página, em mil caracteres, sem perder a essência — ao contrário, exaltando-a, iluminando-a. Lembro-me de Jerônimo Soffer suando para encontrar o suprassumo de Otelo, com a intenção de fazer uma adaptação (ou transcodificação, como dizemos nas oficinas) da tragédia de Shakespeare para a atualidade brasileira. No final do encontro algumas ideias ganharam solidez, como a ficção Cães, de Adler Kibe da Paz, filmada em 2007/2008, e a animação Um outro, levada à arena de Lençóis por Alba Liberato e realizada por ela e Francisco Liberato em 2008.



continua - 2005...

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