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Contos e argumentos

       

 por Orlando Senna

Módulo I​

     Em 2006 aconteceram duas oficinas. A primeira, de 28 de abril a 7 de maio, com 12 participantes, esteve focada na invenção de histórias, no “parto das ideias”. A segunda, de 8 a 17 de maio, com 13 participantes, esteve voltada para a feitura de escaletas e roteiros cinematográficos, um laboratório muito intenso de redação.

      Os participantes do “parto de ideias” inventaram histórias ou chegaram a novas ou mais atraentes articulações das histórias que trouxeram embaixo do braço. O resultado se materializou em forma de contos ou argumentos. Artista de Amanda Gracioli, Ferro e fogo de Péricles Palmeira, Escambo de Vanice da Mata, Marine de Monet de Rodrigo Moraes, Clara e o coração de Goya de Castro, O diabo não tem culpa de Isabela Lago, Bendita Chuva de Jamille Fortunato, Fragmentos de um amor desperdiçado de Clarissa Rebouças. Desta vez quatro pessoas da cidade participaram, desenvolvendo relatos relacionados diretamente com a comunidade. Uirá Menezes voltou-se para uma tragédia amorosa no tempo dos Coronéis, Suzy Hamilton tomou um doido de rua da cidade como modelo para inventar uma relação amorosa insólita, Sonia Lima bebeu na fonte de sua história familiar em Tudo por amor e Rose Baracho inspirou-se em um episódio de sua vida na comédia Noite de rainha, cujo epicentro é o molé, um peixinho super afrodisíaco (dizem) dos rios e lagoas da Chapada Diamantina.

 

Módulo II

Condições de Produção 

  Para o laboratório de escaletas e roteiros ficaram Goya de Castro (dando continuidade a Clara e o coração), Isabela Lago (Ponto de decisão) e Uirá Menezes (A espreita do amor). E voltaram a Lençóis, para nova experiência nas Oficinas, Jatir Eiró (Sentimentos radicais), Lara Belov (Olho de chuva), Sandra Rosa (O outro lado), Fabíola Aquino e Andréa Cafagna que trabalharam em várias escaletas. Joseane Alves Ferreira, comparecendo por primeira vez, escreveu A quinta Lua.

      Todos esses trabalhos eram para curta-metragens e foram resolvidos em poucos dias e noites de trabalho. A maior parte da oficina foi dedicada a um esforço coletivo de refazer um roteiro de longa-metragem, um exercício de script doctor, como dizem na Europa e nos EUA. A oportunidade foi trazida por Pola Ribeiro, que havia fechado a produção de seu filme O jardim das folhas sagradas, com inicio de filmagem marcado para um mês depois, estava insatisfeito e preocupado com o roteiro de mais de duzentas páginas e se inscreveu na oficina com o propósito de sair com um roteiro enxuto e pronto para filmar. Baixou em Lençóis com os roteiristas Henrique Andrade e Sofia Federico (que havia participado da Segunda Oficina).
      A oferta do destino era irrecusável: uma situação limite para roteiristas, um roteiro a ser refeito para ser filmado imediatamente, com orçamento definido. Foi um dos encontros mais proveitosos, não apenas para o projeto de Pola Ribeiro (que conseguiu o que queria, apesar do sofrimento com a brutal matança de personagens que promovemos) mas também para os participantes, confrontados com a realidade de uma produção. O filme será lançado em 2010.



continua - 2007 ...

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