por Orlando Senna

 

      A Sétima Oficina, no frio de junho de 2007, foi parecida com a Primeira em alguns aspectos, a começar pelo número reduzido de participantes, apenas 7. Também pela intensidade do treinamento do raciocínio dramático, pelo clima de entusiasmo criativo, pela entrega do grupo à aventura da invenção. Desta vez os participantes relacionadas à região eram maioria, não exatamente nativos, mas pessoas que optaram por viver e trabalhar em Lençóis e arredores, ou que estavam chegando com essa intenção: Tânia Mello, que trabalhou em um triângulo amoroso entre tropeiros; Fernanda Caldeira Sindlinger, que deu os primeiros passos em uma história sobre a magia do diamante; Marcelo Góis, que labutou com dois ou três temas diferentes; Fabricio Apache, que trabalhou com a natureza do mito; Gilberto Vitor, que tratou de sexualidade. Do Rio de Janeiro vieram Douglas Duarte, que havia terminado seu documentário Personal Che e mergulhou em uma ficção sobre a imortalidade, e  Gisela Bezerra de Mello, que formulou uma adaptação do romance O mulato, de Aluízio Azevedo.
      O projeto de longa-metragem de Gisela nos deu a oportunidade de trabalhar com mais profundidade a questão das adaptações de obras literárias para o cinema e a TV, a transposição de uma situação ou uma história de uma linguagem para outra, de um código de comunicação para outro (por isso utilizamos o conceito transcodificação).