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Documentário

por Orlando Senna

     Em 2008 a oficina foi dedicada exclusivamente ao documentário e aconteceu de 5 a 16 de agosto. Ocasionalmente tratamos de roteiros para documentários nas oficinas anteriores, instados por ideias ou projetos apresentados pelos participantes. Em 2008 a produtora Solange Lima sugeriu o foco no documentário, sensível à demanda por treinamentos de formatação de projetos documentais.
      Dos 11 participantes, seis já haviam estado nas Oficinas de Lençóis: Uirá Menezes e Tânia Mello, que desenvolveram telesséries, ele sobre o xamanismo, a partir dos curandeiros de Lençóis, ela sobre a Tropicália (pouco tempo depois Tânia nos deixou, vitimada em um acidente de carro); Jamille Fortunato, que trabalhou sobre a revelação de intimidades e segredos, O que existe em mim é meu; Delmar Araújo, nativo de Lençóis, finalizando o roteiro do curta Jardim de plástico, logo depois produzido pelo programa Revelando os Brasis; Felipe Kowalczuk, fechando o roteiro de Champs e os ladrões de cinema, também filmado logo em seguida no programa DOCTV (Felipe soube da escolha pelo DOCTV durante a oficina e iniciou imediatamente, lá mesmo, as gravações); e Fabrício Apache, interessado em somar conhecimentos sobre a “dramaturgia do real”, ou Informaturgia como dizia Santiago Alvarez.
      Os outros cinco compareciam pela primeira vez. Dayzir Leal, nativa de Lençóis, que desenhou a ideia de Serra oca, um doc em câmera subjetiva sobre João Requizado, um dos mitos da região; Jan Fernando, que trabalhou em Senhora da Viração, sobre a relação de Salvador da Bahia com o vento; a quase menina Brisa Sá Dultra iniciando sua relação prática com a arte de narrar histórias e fatos, abordando as drogas em Portas da percepção; Camilla Dutervil voltada para a questão da água, fechando a estrutura de seu curta Maria do Paraguaçu, editado logo depois; e Wallace Nogueira fechando a narrativa de Álbum de família, realizado semanas depois pelo DOCTV (e neste momento recebendo uma consagração crítica na internet e nos jornais).
      Em 2008 repetiu-se a situação limite dos roteiristas que havia acontecido no laboratório de escaletas e roteiros de 2006, com o projeto de Pola Ribeiro. Logo no início da oficina soubemos que quatro projetos que estavam na arena iam ser realizados semanas depois, com orçamentos e cronogramas definidos — o curta de Delmar Araújo, os de formato 52 minutos de Felipe Kowalczuk e Wallace Nogueira, a reedição do curta de Camilla Dutervil. O fator prazo, tão presente na vida de roteiristas profissionais, outra vez marcou o ritmo da oficina, acelerando os neurônios dos participantes.

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